As fraudes digitais estão cada vez mais sofisticadas, com atacantes a utilizarem Inteligência Artificial para personalizar os incidentes, muitas vezes baseados em perfis detalhados das vítimas. As burlas por telemóvel tornaram-se comuns, e as autoridades em Portugal enfrentam dificuldades crescentes em conter esses esquemas. Técnicas como deepfakes de voz e spoofing (falsificação de identidade telefónica) estão a dificultar a distinção entre chamadas ou mensagens reais e falsas. Casos recentes mostram criminosos a utilizarem até números de instituições como a Polícia Judiciária para ganhar a confiança das vítimas.
As empresas dedicadas à cibersegurança destacam que os ataques, antes dirigidos a figuras de alto perfil, agora afetam qualquer cidadão ou empresa. A capacidade da IA de analisar dados pessoais rapidamente permite criar estratégias eficazes a um custo reduzido. O uso de técnicas como machine learning ajuda a criar ataques personalizados, explorando dados obtidos em fugas de informação, como, por exemplo, a da TAP, ou redes sociais.
Apesar dos esforços das autoridades, o avanço tecnológico dos criminosos tem superado as capacidades defensivas. Especialistas alertam que a educação e a informação já não são suficientes. É necessário encontrar soluções técnicas que limitem o impacto destas fraudes e exijam mais colaboração entre operadoras e governos, tal como já é debatido na Europa e noutros países.